(...) Mas esta manifestação não é um concurso de liberdades. É um protesto por uma imprensa livre do controlo político e por um ambiente público respirável onde as nossas ideias se formem em liberdade; e é pelo esclarecimento das suspeitas que se avolumam sobre a actuação directa do primeiro-ministro em controlar a liberdade de informação. Estes princípios não são de esquerda, nem de direita. São anteriores a tudo isso. Se vamos discutir o conceito de cada um sobre a liberdade de imprensa, nunca mais saímos daí e não se faz nada. Quem põe as convicções acima do tacticismo, tem de estar presente. Há uma esquerda radical que só se consegue juntar à direita nas causas que lidera (como aconteceu, por exemplo, no aborto). É preciso denunciar um primeiro-ministro que parece abusar sistematicamente do poder do Estado para uso próprio, no controlo de órgãos de informação privados. Tão simples quanto isso.