A Isabel Moreira nem percebeu que o link mencionado era para um blogue e não para um texto em concreto. Adiante, que não só é sé a Isabel que está com pressa.
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E' obvio que eu não critiquei o João Galamba por ele ter "escolhido" criticar o caso Mário Crespo mas tão só pela "forma" - pouco prudente - como o fez. Cheio de certezas e de fúria "anti histéricos da asfixia democrática", quando os indícios de todo o trajecto de Sócrates e a forma como tem lidado com os órgãos de comunicação social recomendava, e no mínimo, algum decoro, nunca uma defesa ardente de um "chefe" mais do que posto em cheque. E' uma questão de "grau", uma questão de "quantidade", não de "qualidade", percebe, Isabel? Bento Jesus Caraça pode dar uma ajuda, se estiver interessada.
A Isabel diz que o João vem "agora" reconhecer que é preciso fazer luz sobre o assunto e pergunta, com uma ingenuidade que comove, "quando haveria de ser"? Pois, Isabel, idealmente, deveria ter sido Sábado, quando as escutas foram divulgadas, em todo o caso quanto antes. Cinco dias são muitos dias, não é só para o João.
Depois a Isabel insiste em teses estafadas. Insiste que a divulgação das escutas pelo Sol é "repudiante", quando qualquer defensor da liberdade "real" as tem de achar meritórias e até corajosas. (Não tem de concordar, ok? Podemos concordar em discordar, não gosto de me repetir eternamente. Obrigado).
Insiste ainda que a alegada "pressão" de Sócrates a Nuno Santos, para "tratar de mais outro assunto", não tem relevância politica, sendo um caso de privacidade, e menciona a Stasi. O caso da Stasi era ao contrário, Isabel. Eles devassavam a vida privada para garantir um estado totalitário. Aqui, pode justificar-se uma denuncia de uma conversa que não pode ser considerada privada, mas quanto muito semi-privada, para evitar, não um estado totalitário, que felizmente estamos muito longe disso, mas sim a continuação e proliferação de actos próprios de um estado controlador, que vão para alem do que é aceitável numa sociedade livre, mesmo que aceites que sejam alguns abusos do poder.
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É disso que se trata, num caso e no outro, de infringir regras muito valiosas para preservar um valor ainda assim bem maior. Mas já tinha dito algures que a Isabel, pelo que escreveu (não por si, até gosto de a ver no ecrã), ilustra bem os juristas muito ciosos da letra da lei (com minúscula) mas que parecem não se ter importado o suficiente em pensar a Lei (com maiúscula). Esse excesso "jurisdicista" (perdoe-me o palavrão) é um dos cancros de Portugal, e se bem que muitos não o entendam e que pareça contraditório, ele acaba por ser não só não contributivo como prejudicial a um estado de direito substancial e maduro em Portugal.