Memória.

1. Responsabilidade colectiva

O caso Santana é fruto de uma irresponsabilidade colectiva. Distraímo-nos e agora é isto. Sabe bem usar o eles (eles PSD, a malta da Figueira que o elegeu, os devotos da sua natureza sedutora) como estratégia de desresponsabilização. Mas, no fundo, Portugal somos nós, e Santana nasceu daí.

2. Lealdades Caninas e o Espírito Mafioso

Escrevi que o discurso de alguns líderes do PSD estava a assumir contornos mafiosos e que o apelo à lealdade canina dos militantes era revelador disso mesmo. Suspensão do juízo individual e devoção total à Família Social Democrata, eis o dever absoluto de qualquer militante do partido. Sobre tudo isto, sugiro o texto de Pulido Valente intitulado Espírito Partidário.

3. Não Inscrição

Espero que a tão portuguesa não-inscrição, de que nos fala José Gil no seu último livro, não se manifeste após estas eleições. É que depois do repugnante e perigoso Menino-Guerreiro-Santana devemos ter sempre presente o risco de semelhantes criaturas nos voltarem a cair no colo. É que ele e tudo o que vem fezendo vão deixar marcas. Com isto espero, apenas, que o PSD (e já agora todos os outros partidos) tome as medidas devidas e se resguarde. Para bem da nação, esperemos que não se repita...

4. A alucinação de Santana

Pelo vistos, Santana continua a sofrer de efeitos secundários do LSD que tomou em pequeno. Ele vive em alucinção permanente, só pode ser. Agora pede um "verdadeiro levantamento nacional" contra "este embuste político que tentaram criar em Portugal". Será que ele é masoquista e deseja ser linchado pelos portugueses? É que não sei se ele já percebeu, mas o embuste é ele. Mas sim Santana, o martírio seria uma possibilidade.

(...) Santana critica tudo e todos. E lá vai ele pedindo união ao partido, tentando calar quem ousa dizer algo que o incomode (que pelos vistos é quase tudo). Um partido unido não é um partido calado. Em Inglaterra o partido Labour não segue Blair acriticamente , e nunca o ouvi queixar-se. Santana não diz que discorda dessas vozes críticas. Sugere apenas o silêncio. Falsas unanimidades era noutro lado. Será que isto é uma estratégia dissimulada de aproximação ao PCP?

5. Parece que afinal vivemos em dois mundos, é o que dizem

De que vale a tal estabilidade parlamentar com Santana à frente do governo? Para Luciano, vale de muito pois, Sampaio fez o que fez por causa de "minudências". Ou seja, estava tudo bem. Santana podia não ser perfeito mas, agora, o cenário que nos espera é aterrador. Negro, perigosíssimo. Com coligações contra-natura e coisas do género. Arghhh! Que medo. Pois é, pelos vistos vivemos em mundos diferentes...

6. Santana e Heidegger

"According to Heidegger our nature is to be world disclosers. That is, by means of our equipment and coordinated practices we human beings open coherent, distinct contexts or worlds in which we perceive, act, and think. Each such world makes possible a distinct and pervasive way in which things, people, and selves can appear and in which certain ways of acting make sense"

Eu não gosto do world disclosed by Santana Lopes. Não se pode voltar atrás? Como é possível um partido como o PSD ter capitulado perante semelhante personagem? Santana é considerado por muitos como alguém que faz política, o que é algo de extremamente perturbador e com consequências imprevisiveis a longo prazo. Ao contrário do que diz Luís Delgado, não faltam apenas 20 dias...

7. Pobre Santana

Santana vitimiza-se dizendo que só teve 4 meses e que isso não chega. Não Santana, nós não te julgamos apenas pelos 4 meses em que bailaste no governo. Infelizmente já te conhecíamos, mas só agora é que vamos ter a oportunidade de tu dizer na cara. Espero que aprendas de uma vez por todas (e que haja gente suficiente a pensar como eu)