Tuesday, 2 March 2010

O modelo A ou B não é solução

O Daniel Oliveira fala aqui da "solução escandinava", para, sem grande surpresa, fazer a sua defesa de um Estado forte. Claro que no caso escandinavo, como de resto em todos os casos (UK, EUA, Portugal, etc), o que importa substancialmente está a montante do Estado, e por isso a insistência desenquadrada sobre o papel do Estado é desinteressante e serve pouco mais que o nosso umbigo. Em vez de notar que "é a forte presença do Estado nas sociedades do norte da Europa que permite uma maior flexibilidade laboral sem rupturas sociais graves", eu proporia, para início de conversa, reflectir sobre como no caso escandinavo é possível ter (de algum modo contradizendo o que dizem certos liberais), simultaneamente um Estado grande e um crescimento económico substancial. Partir daquele caso, cultural e socialmente tão distante de Portugal, apesar da querida Europa, para concluir o que quer que seja sobre o papel do Estado, aplicado a Portugal, merece no mínimo um grande bocejo.